quarta-feira, 12 de setembro de 2012

PROPOSTAS PRÁTICAS PARA O TRABALHO COM CRIANÇAS DE SEIS ANOS DE IDADE


A seguir algumas propostas práticas para o trabalho com crianças de seis anos de idade, observando que estas propostas estão de acordo com as orientações do ministério da educação. O trabalho inclui as linguagens diversas sempre em uma perspectiva multidisciplinar, com o jogo, as artes plásticas, as brincadeiras e o imaginário.
 
  • A caixa alta deve ser uma forma de apresentar a letra. Substitua-a assim que a criança já conseguir reconhecê-la.

  • A letra cursiva é uma seqüência da caixa alta. Demora um pouco para ela estar firme. Tenha calma.

  • Não priorize a grafia neste momento. Priorize o pensamento lingüístico. Pense no texto e não na frase ou na palavra.

  • Corrija, sim, a produção das crianças. Deixar erros nos materiais é negligência. Agora, faça isto de uma forma participativa, pouco traumática. Há várias técnicas de apontar um erro. Escolha a mais pedagógica.

  • Contar histórias faz a criança acompanhar o processo de leitura e escrita e ajuda a perceber a importância do ato.  Ajuda também na percepção da oralidade.

  • A troca de sons, como P e B é normal no início do processo. Mostre as diferentes grafias delas e vá apresentando sempre as diferenças até que a criança perceba a forma correta.

  • A separação das palavras é um problema que pode aparecer. Quando isto acontecer, leia com a criança, para que ela perceba que há uma junção.

  • Os dígrafos são dificuldades que as crianças demoram muito a superá-las. Aguarde uns dois ou três anos de escolarização para que isto aconteça.

  • Não produza nenhum texto com as crianças sem fazer uma contextualização. Isto é incondicional.
 
  • Depois da produção vem à correção que pode ser feita em conjunto ou individualmente.

  • Depois da correção por parte do aluno, o professor pode fazer uma correção coletiva para que todos possam acompanhar o processo na íntegra. Reestruturação textual é sempre mais interessante na coletividade.
 
  • A letra espelhada aparece normalmente quando a criança não teve um trabalho suficiente de reconhecimento do alfabeto. Refaça o processo, pois só assim isto poderá ser melhorado.
 
  • Para ajudar o processo de superação da letra espelhada, trabalhe com formas geométricas, ampliações e redução de figuras e lateralidade esquerda, direita, em cima, embaixo. Isto também ajudará enormemente a superação da letra espelhada.
 
  • A coordenação motora ampla dá origem à coordenação motora fina, portanto, para que a criança tenha um bom traço, trabalhe da ampla para fina com atividades sempre alternadas.

  • O traço no processo de alfabetização também é secundário. É preferível muito mais que a criança compreenda o que está lendo, critique e interfira no processo de leitura do que simplesmente copiar, reproduzir a escrita, não reconhecendo nada. Se tiver de fazer uma opção, faça a opção pelo primeiro.

  • Algumas crianças já chegam à escola sabendo escrever o nome próprio e algumas palavras. Avalie qual a qualidade dessa possível leitura e escrita e parta dali para continuar o processo de alfabetização e letramento.
                            
  • O isolamento de uma sílaba ou de uma letra deve  ser fruto de    uma  conversa ou de uma contextualização.  (ALMEIDA, 2008, p.35 à p.39)

VISÃO HISTÓRICA E COMPARATIVA DO ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA


       
O ensino da leitura e da escrita no Brasil passou por diversas modificações e influências oriundos da psicologia e da lingüística.  Será descrito um breve histórico sobre os métodos e processos de alfabetização, até chegarmos ao atual conceito sobre alfabetização.


 1.1 Os critérios de classificação de métodos

O critério de classificação de métodos mais difundidos era dividido em dois grupos: no primeiro, a metodologia leva o aluno a combinar elementos isolados da língua, sons, letras, sílabas, em todos maiores palavras e frases, tendo como base o processo mental de síntese.  No segundo grupo estão aqueles que levam o aluno a destacar unidades lingüísticas maiores, palavra ou frase e decodificá-las em elementos menores, tendo como base o processo mental de análise


1.2 Métodos que Dão Ênfase ao Processo Mental de Síntese


Método alfabético

Deu origem ao termo alfabetizar tornou-se universalmente aceito e foi empregado desde os tempos da Grécia e Roma antigas até o fim da idade média.

Ainda persistiu em alguns países, no século XIX, com maior ou menor duração.         


Sua familiaridade de formas com nomes de letras ajudava o aluno, através da repetição de sons reconhecidos nas letras, a soletrar as palavras, como por exemplo: gê com a = gá, tê com o = tó, mesmo sem identificar seu significado.  

No inglês era conhecido como “spelling-method”. Na América do Norte foi longamente difundida durante todo um século (1783-1890), através de seus 80 milhões de exemplares.  Nos Estados Unidos foi um fator indiscutível de difusão do método durante um largo período de tempo.  (RIZZO, 1989, p.5).


Método Fônico

Passou a ser adotado em lugar do alfabético na tentativa de superar a grande dificuldade existente naquele, por causa da diferença entre o nome e o som da letra.

Os sons das letras são ensinados isoladamente e depois em sílabas que são pronunciadas pelos alunos. Então são reunidas e apresentadas em conjuntos maiores formando as palavras. Estas depois aparecem formando pequenas frases.

O método é mais eficiente quando a língua tem formas (letras) e sons, invariavelmente, correspondentes.

É por princípio, um método eminentemente lógico. Primeiramente, são ensinados os sons das vogais, fazendo-se de forma simultânea, o ensino da forma da letra e a maneira correta de pronunciá-la. O método insiste numa forte repetição até que esta associação se estabeleça por completo e o aluno a pronuncie automaticamente.

Depois das vogais, as consoantes são introduzidas numa determinada ordem pré-estabelecida e seus sons são combinados com as vogais.

Depois de o treinamento atingir o pronto reconhecimento de combinações com vogais com 3 ou 4 diferentes consoantes , as sílabas são introduzidas e logos combinadas formando palavras. Mais tarde, combinações de palavras, com sons conhecidos, formam frases.

Este procedimento ainda é largamente difundido em muitos países, inclusive no Brasil, apesar da contra-indicação a determinadas línguas, por ser um método econômico e de fácil aplicação. (op.cit. p.8)


Método Silábico

Difere dos sintéticos anteriores (alfabético e fônico) por ser a sílaba a unidade fonética estabelecida para o ponto de partida do ensino da leitura.

Basearam-se os introdutores deste método nos princípios lingüísticos, de maior aceitação entre os estudiosos da Fonética, de que como a consoante só pode ser emitida apoiada na vogal só a sílaba e não as letras servem como unidade lingüística para o ensino da leitura.

Presta-se ao ensino das línguas especialmente silábicas como o português, o espanhol e vários idiomas africanos, mas especificamente, ao ensino do japonês, cuja estrutura é essencialmente, silábica.

Uma característica acentuada é a não permanência da palavra original (apoiada na gravura). Logo que as sílabas são destacadas e passam a ser reunidas em novas combinações, formando todos diferentes.

Em geral, no português e espanhol, as vogais são apresentadas sozinhas e, depois combinadas entre si (ai, oi, ei, au). Depois as consoantes são apresentadas na sua ordem alfabética. Logo, iniciam-se os agrupamentos, utilizando-se a ilustração para apoiar a sílaba destacada. A ordem de apresentação destes fonemas – atualmente varia.


Muita ênfase é dada à pronúncia, em voz alta, das sílabas isoladas na ordem natural do a-e-i-o-u. Ex: ba- be- -bi- bo – bu . Mantém-se o som aberto característico do a-e-i-o-u em todas as combinações.

O ensino é extremamente repetitivo e tenta manter uma ligação de cada sílaba a uma palavra ilustrada.

Ex: ca  ( de caneca)

      be ( de bebê)

      lo ( de lobo)           ca-be-lo

A partir da primeira lição, aparecem pequenas palavras e sentenças para serem lidas com as sílabas apreendidas. Mas ainda é muito freqüente o aparecimento das sentenças que, só se dão, efetivamente, após o treinamento de leitura de palavras soltas.

Os verbos necessários à formação das sentenças ficam restritos às possibilidades oferecidas pelas sílabas destacadas, e por isso, nem sempre fazem sentido junto às palavras que podem ser lidas. ( op.cit, p.15)


1.3 Métodos que Dão Ênfase ao Processo Mental de Análise

Este segundo grupo de métodos baseia-se no conceito de que as unidades significativas da língua – palavras, sentenças e historietas é que devem ser o ponto de partida.

Depois que estas unidades, cada vez maiores, forem reconhecidas, é que as unidades menores passam a ser reconhecidas isoladamente. Estes métodos são conhecidos também por “Globais”, pois receberam a influência da psicologia de Gestalt, na qual, a percepção se faz do todo para as partes (detalhes), tanto em idéias quanto em formas.

Nestes métodos a leitura é um processo de percepção de idéias e devem constar de elementos ideativos, ou seja, lidar com unidades lingüísticas significativas.


Palavração

A palavração nasceu da revolta contra os métodos formais que prevaleceram nos primeiros anos.  Commenius é apontado como sendo o seu introdutor. Na sua obra “Orbis Pictus”, publicada em 1657, ele já a defende contra as tediosas soletrações, que nada mais são que métodos de tortura da mente. A seu favor, grandes especialistas como: Jacob, Horace e Declory.

(op.cit.p.23)

Neste método, as palavras são apresentadas em agrupamentos (conjunto organizado por alguma associação de idéias) e os alunos aprendem a reconhecê-los pelo método see and say, visualização em português.  Para os adeptos deste método, a palavra é memorizada facilmente pelo aluno, sendo algo normal no indivíduo.

Muitos recursos são utilizados para facilitar este reconhecimento. Geralmente, no início, as figuras acompanham as palavras. A repetição do seu reconhecimento estabelece a memorização.

A ordem de apresentação das palavras, quando criteriosamente planejada, auxilia substancialmente, o estabelecimento de habilidades de leitura inteligente. Ao mesmo tempo a atenção é dirigida aos detalhes da palavra, como: sílabas, letras e sons. Estes reunidos auxiliam o aluno a enfrentar novas palavras com autonomia na leitura.



O “Método Normal de Palavração” é uma adaptação no qual as palavras memorizadas contêm todos os sons da língua e onde os processos de análise-síntese são empregados simultaneamente, se o método de palavração não tiver análise incluída no seu processo de ensino-aprendizagem, ele não é considerado método analítico. (op.cit. p.24)

Sentenciação

A sentenciação representa um 3º estágio na evolução dos métodos que enfatizam a formação de habilidades de leitura com compreensão.

Antes dela, surgiu na língua inglesa o “Phrase – Method” que representava pequenos grupos de palavras e levava o aluno a estabelecer o reconhecimento de cada um, através da repetição. Alcançava o reconhecimento da palavra pela sua incidência nas frases e o reconhecimento das sílabas, pela sua ocorrência em estruturas similares. ( op.cit.p.28)

Psicólogos estudiosos dos movimentos dos olhos Andersen e Dearbon, no entanto, mostraram que as pausas e fixações do olhar na leitura das linhas é um processo mental, que nada tem a ver com a percepção visual das palavras e provaram que os leitores mais eficientes não aprendem o texto lidos, frase por frase (como até então se defendia a idéia) e, sim, por grupamentos, mais ou menos, regulares de palavras e letras, em cada linha.

Até hoje, não é reconhecida a possível “lei” que determina esta seleção de palavras e letras durante a leitura. De qualquer forma, comprovou-se não ser verdadeira a hipótese de que os leitores fixassem grupos de palavras durante o ato de ler.  Logo, o fato em que se apoiavam os defensores da “Phrase-Method” foi derrubado e sua validade tornou-se discutível. (ib.ibdem)

Além disso, por ser muito dispendioso, logo caiu em desuso.

O Phrase-Method antecedeu o Sentence Method. Faz necessário mencionar a conotação diferente que esta palavra tem em inglês:

Phrase: group of words (often without a finite verb) forming   part of sentence; in red, at noon.

Com este sentido, este método nunca chegou a ser empregado no Brasil. (op.cit.p.28)

O método dirige primeiramente a atenção do aluno a algum assunto ou atividade do interesse da classe. O tema é discutido e o segundo passo é fazer o registro de uma das afirmações obtidas dos alunos, sobre o assunto ventilado. O professor lê, em seguida, com entonação adequada (marcando bem as pausas a fim de tornar bastante clara a expressão da idéia).  Depois os alunos são orientados a procurar palavras semelhantes dentro da sentença.  E depois da 2º ou 3º lição, começam a formar grupos de palavras semelhantes às primeiras. O processo continua através de um treinamento para se obter o reconhecimento, à 1º vista, das palavras estudadas. E finalmente, os alunos são levados, através de um processo semelhante à análise comparativa, a isolar elementos conhecidos nas palavras.  Com este conhecimento passam a enfrentar leitura de palavras novas.  

Método Historiado

“de historietas”

“de histórias”

“de contos”

            No Brasil é também frequentemente, chamado de método de Pré-livro, muito embora, esta nomenclatura tenha sido criada por Heloisa Marinho para indicar material de ensino de leitura, com características, inteiramente diferentes (leia-se Método Natural).

            O método de “Contos” representa uma extensão (e não adaptação) do método de sentenças e foi organizado no sentido de ampliar as vantagens de desenvolvimento de hábitos e atitudes excelentes na leitura.

Este método apresenta seqüência de sentenças organizadas em forma de história, atendendo aos princípios de interesse e apelo (que ela representa) à criança. Isto foi decorrente do resultado da avaliação do conteúdo (ideativo) das sentenças e os interesses, atividades e experiências da vida infantil.

A história apresenta uma série de eventos, com principio, meio e fim, e desde que atenda aos interesses do aluno, torna-se fácil despertar a curiosidade na leitura do material.

Este método, não é melhor que o anterior no sentido de desenvolver no aluno a capacidade de compreensão, mas treina-o na habilidade de antecipar e seguir uma seqüência de idéias, e ainda, relacioná-las entre si, mantendo-as na memória. Isto, evidentemente, implanta o gosto pela leitura e a busca pela boa leitura. (op.cit.p.23)

Como a leitura da história não pode ser feita totalmente, de uma só vez ela oferece oportunidade e implanta hábitos de discussão sobre cada evento que se sucede na narrativa.

O processo segue depois as mesmas técnicas da sentenciação.


Método Natural

Com o objetivo de reduzir ao máximo, ou evitar na sua totalidade, as falhas comprovadas nas metodologias existentes, foi desenvolvido por Heloisa Marinho o Método Natural, a qual fez longos estudos na Alemanha (escola-estruturalista- Gestalt, 1936).  (op.cit.p.37)

O método Natural utiliza o próprio vocabulário da criança no processo de alfabetização, tornando a aprendizagem significativa, pois prende o interesse da criança.  Este método também é realizado de forma interdisciplinar com as áreas de estudos sociais, ciências e matemática.  Amplia o conceito de alfabetização além da decodificação do código escrito, para uma leitura e escrita contextualizada de acordo com um projeto desenvolvido.


1.4       Conclusões Gerais do Estudo Comparativo


Grupo 1

         Dentro do grupo, as adaptações do fônico se revelaram como sendo as mais capazes de desenvolver habilidades de pronto reconhecimento da palavra nova. Porém, o processo empregado para o desenvolvimento destas habilidades se mantém em franca oposição ao desenvolvimento de habilidades de compreensão a ao natural processo de aprendizagem.


Grupo 2

O historiado e o método natural são os métodos que mais revelaram ser capazes de desenvolver a leitura com compreensão, despertando o interesse pela leitura como fonte de prazer e informação.

            Hoje e no mundo inteiro, tentam-se combinações dos vários processos, sendo muito raro encontrar uma cartilha ou método puro.

            No Brasil existe uma forte permanência do emprego do silábico (influências histórico-culturais).

            De um modo geral, as cartilhas brasileiras apresentam as seguintes variações:

·         Na constituição do vocabulário

·         Na seqüência de apresentação das sílabas, sons e letras

·         No custo do material impresso

·         Na quantidade e qualidade do material de apoio

Músicas do folclore brasileiro e cantigas populares demonstram a força da penetração do método silábico no Brasil:

O a e i o u

Vamos todos aprender!

Soletrando o be- a –bá

Na cartilha do a b c

A – E – I – O – U

ba    bi    bu

Wu-u, W-u

Na cartilha da Juju ! (op.cit. p.36)



CAPÍTULO II

PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA


Será descrito um breve histórico da carreira, vida pessoal e política da psicóloga Emília Ferreiro, antes de descrever as transformações que o estudo psicogenético da escrita produziu na alfabetização escolar.

 Emília Ferreiro nasceu na Argentina, mas vive atualmente no México, tendo nascido em 1937.  Neste país, trabalha no departamento de Investigações Educativas (DIE) do Centro de Investigações do Instituto Politécnico Nacional do México. Fez seu doutorado na Universidade de Genebra, no final dos anos 60, dentro da linha de pesquisa inaugurada por Hermine Sinclair, que Piaget chamou de psicolingüística genética.

Voltou, em 1971, a Universidade de Buenos Aires, onde constituiu um grupo de pesquisa sobre alfabetização do qual faziam parte Ana Teberosky, Alicia Lenzi, Suzana Fernandez, Ana Maria Kaufman, Liliana Tolchinsky. Mas a situação política da Argentina ia se deteriorando progressivamente, e no final de 1974 a Dra. Ferreiro acabou afastada de suas funções docentes na universidade ,assim como seu marido Rolando Garcia, físico e pesquisador com quem Piaget dividiu a publicação dos seus últimos trabalhos. Foi para Genebra, onde ficou exilada, enquanto Ana Teberosky, também exilada ficou em Barcelona. Os dados obtidos em Buenos Aires foram estudados exaustivamente pelas duas pesquisadoras, através de uma ponte entre Genebra e Barcelona.

Ferreiro voltou para a América Latina no México e continuou a realizar vários trabalhos, publicando vários livros em relação à alfabetização e o fracasso escolar neste ano de escolaridade.

Em 1979 , publica o livro “Los Sistemas de escrita em El Desarrolo Del Ninõ” –  que em português recebeu o nome de “Psicogênese da Língua  Escrita” – 1986.       

O estudo psicogenético da escrita deslocou o foco de investigação do como se ensina para o como se aprende, portanto descreve estágios desenvolvimentais no processo de leitura e escrita e não um método de alfabetização. No entanto, os alfabetizadores atualmente estão reconhecendo que não são erros de escrita o que as crianças apresentam no processo de alfabetização, mas sim que se encontram em um determinado nível de hipótese sobre a escrita, portanto, estes  poderão  intervir de forma que a criança crie um desequilíbrio na lógica do seu pensamento , passando então para outro nível de escrita.  As pesquisas de Emília Ferreiro recolou no centro da aprendizagem o sujeito inteligente que Piaget descreveu. (WEIZ, 2005, p.8)


As pesquisas dessa psicóloga produziram uma revolução conceitual na alfabetização, desmontando todas as explicações que havíamos construído ao longo de décadas para justificar o estrondoso fracasso das crianças brasileiras na alfabetização inicial.

Desde que dispomos de estatísticas educacionais confiáveis - e lá se vão mais de 50 anos – temos dados que nas escolas brasileiras são reprovadas metade das crianças na passagem da 1ª para a 2ª série. As tentativas de explicação falavam de problemas de aprendizagem que se justificavam ora em função da carência nutricional, ora na falta de estímulo intelectual, de carência cultural, de problemas psiconeurológicos ou então deficiência lingüística.  Todos os problemas eram das crianças, mas não enxergavam as deficiências da escola. Um dos discordantes era Paulo Freire, a qual chamou a educação de bancária, na qual a criança armazena dados, totalmente descontextualizados da realidade de vida desta. 

Concluía-se que metade das crianças eram pouco capazes de aprender a ler e a escrever.

Existiam, e ainda são realizadas as chamadas atividades de prontidão, na qual as crianças realizam vários exercícios motores, sem nenhuma letra envolvida, ou quando estas existiam, era somente para cobri-las sem nenhuma significação.  A partir dessas avaliações a escola decidia se a criança freqüentaria uma escola regular ou iria para uma classe de educação especial. (op.cit.p.8)

As investigações de Emília Ferreiro e colaboradores demonstraram que, ao contrário do que se pensava, a questão crucial da alfabetização inicial é de natureza conceitual e não perceptual.  Segundo Ferreiro:


A mão que escreve e o olho que lê estão sob o comando de um cérebro que pensa sobre a escrita. Escrita essa que existe em seu meio social e com o qual toma contato por atos que envolvem, de alguma forma, sua participação em práticas sociais de leitura e escrita.  (op.cit. p.9)


2.1 Os Níveis Estruturais da Linguagem Escrita Pesquisados por Emília Ferreiro


         Ao pesquisar como a criança reconstrói o sistema de escrita, ao se apropriar dessa linguagem, Emília Ferreiro observou quatro níveis: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.

            Após diferenciar as marcas gráficas relativas ao desenho (formas) das relativas à escrita (os nomes), a criança começa a construir ambos os sistemas, começando a pensar sobre a escrita. A escrita esse momento foi denominado pré-silábica.

                     

                               Nível Pré-Silábico

A criança se utiliza, inicialmente, de grafismos primitivos, escritas unigráficas, não controla a quantidade de caracteres, vale-se de escritas fixas. (Depois, a criança começa a diferenciar as escritas quanto à quantidade de letras (hipótese da quantidade mínima): uma palavra tem de ter no mínimo três letras, ao repertório (para ser uma palavra tem de variar as letras) e à posição que ocupam (hipótese de variedade interna: é preciso variar a posição das letras na palavra para construir escritas diferenciadas), podendo considerar ou não seu valor sonoro convencional. (op. cit.p.36)


 Nível Silábico

A criança estabelece uma relação entre a escrita e a pronúncia das palavras. Essa primeira relação tem por foco a sílaba. A criança faz corresponder uma letra a cada sílaba, podendo considerar ou não seu valor sonoro convencional. Aqui, ela precisa abrir mão das hipóteses de quantidade mínima e de variedade interna, pois, pela hipótese silábica, pode ter palavras com uma letra, e numa mesma palavra, as letras podem estar repetidas muitas vezes. ( ib.ibdem)

                         



Nível Silábico-Alfabético

A criança entra em conflito com a hipótese silábica, pois o que ela escreve não é compreensível para outras pessoas. Ela percebe que é preciso colocar mais letras para cada sílaba. Assim, ora ela utiliza uma letra para cada sílaba, ora mais letras. (op.cit.p.36))



Nível Alfabético

É o momento em que a criança abandona a hipótese silábica, relacionando um grafema a cada fonema. Tal correspondência pode se utilizar de símbolos gráficos, sem valor sonoro convencional, ou de letras, com valor sonoro convencional e algumas falhas. Neste nível a criança não se preocupa com os espaços entre as palavras e com questões ortográficas como o uso de s, ç, z, ss , relativas às convenções do sistema de escrita em cada língua.

 ( ib.bidem)

 Karla Cristina Carrozzino Gaudencio






domingo, 2 de setembro de 2012

PROJETO ANIMAIS E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, ALÉM DE OUTRAS ATIVIDADES REALIZADAS COM A TURMA DE 1 º ANO. ( TURMA DE 1º ANO /2012)

 



Existe uma diferença para que as crianças aprendam, é necessário o professor conhecer os níveis conceituais de escrita, isto é , saber o que a criança pensa sobre o sistema de escrita, qual a hipótese que a criança tem desta em determinado momento. Se for realizar uma atividade mais tradicional, tente adaptá-la a criança, fazendo perguntas que estejam de acordo com a zona de desenvolvimento proximal e que a ajudem a começar a entender o processo alfabético de nossa escrita. Para fazer isso, é necessário atendê-las individualmente , alternando as atividades de forma diversificada. Sei que é difícil , pois alguns alunos demoram muito na realização das atividades, mas o pouco de atenção que nós damos os fazem progredir muito. E, além disso, sempre temos que acreditar que todos podem, dando continuidade ao processo no 2º ano!

Obs: É importante também a participação e envolvimento dos pais no aprendizado dos filhos, além de tratamento clínico e psicopedagógico das crianças que necessitam.


ALFABETIZANDO COM O TEMA : "OS ANIMAIS" (TURMA DE 1º ANO DA TARDE)

Alfabeto de Animais



Cartazes sobre preservação ambiental





Cartazes sobre as classes de animais vertebrados



Cartazes sobre as pesquisas de informações sobre alguns animais estudados


O Tubarão
Textos  Coletivos
 




O Jacaré

A Baleia

Atividades de artes sobre os animais( pinturas, dobraduras, recorte e colagem)

Atividades individuais com frases ou textos ( estas atividades fizeram parte do livro dos animais)


 




Atividades de artes com pintura , desenho , recorte e colagem sobre animais invertebrados e insetos, após leitura de livro informativo e texto coletivo sobre a abelha.



Na letra X do alfabeto encontramos um animal da era dos dinossauro: o xoninssauro.
Pesquisamos sobre este e fizemos um texto coletivo e atividades de artes com recorte e colagem.


As fotos foram autorizadas
Atividade de escrita e classificação com o tema : reciclagem










Homenagem da turma no dia do professor







Atividades com materiais recicláveis. As crianças confeccionaram muitos brinquedos com os quais brincaram na sala e os levaram para casa.


Atividade com a história " Menina Bonita do Laço de Fita". Conversa sobre a história e questões raciais". Desenho e escrita sobre a história.













Atividades com receitas saudáveis com o pessoal do SESC. Escreveram uma receita no caderno.






Festa da Família. Atividade dos pais com filhos (danças e brincadeiras da nossa cultura).



Eu e Soyane( professora de educação física)


Festa da Cultura ( Dança do Boi Bumbá)




Passeio ao jardim zoológico do Rio















Confeccionando as máscaras para a apresentação do final do Ano.
Apresentação com as músicas da arca de noé ( "O Leão",
"O Pato" e a" A Foca"). Estas e outras poesias do Vinicius de Moraes foram trabalhadas em sala.




Festa de fim de ano
Apresentação com as músicas da arca de noé








Passeio do final de ano ao parque em Icaraí














































































 



 
O LIVRO DOS ANIMAIS
 


Animais Vertebrados
Possuem coluna Vertebral e Ossos

OS PEIXES

 
O Tubarão

O que sabemos?

       O tubarão é o lixeiro do mar, porque ele come tudo o que vê  pela frente.  Ele é o rei do mar. O filhote dele nasce do ovo. Ele tem uma barbatana ,duas nadadeiras e uma cauda. Quando o tubarão sobe para a superfície aparece a barbatana dele para mostrar que ele está na água.

       Ele respira pelas brânquias. Os dentes deles são afiados !

       O tubarão é da classe dos peixes.


Texto Coletivo ( relatos dos alunos) Turma dos amigos/1º ano/ Prof: Karla



O Que Descobrimos Sobre o Tubarão?

O tubarão é um dos animais mais temidos na natureza. Ele é selvagem!
Ele é um peixe cartilaginoso , isto é tem cartilagem o mesmo que temos no nosso nariz!

       Os tubarões são peixes . Os filhotes nascem de ovos. Ele respira pelas brânquias. Eles são capazes de obter oxigênio da água . Na água tem  um pouco oxigênio.

       O tubarão come peixes, baleia e polvo. Ele é carnívoro. O dente dele cai e nasce outro.

       O tubarão tem um ótimo olfato. Eles cheiram as presas a 30m de distância.  Eles tem dificuldade em enxergar de longe, mas são capazes de ouvir.

       O tubarão branco é um dos mais velozes do oceano.

       Muitos estão em extinção, por causa da pesca predatória !

Existem várias espécies de tubarões:

·       Tubarão martelo

·       Tubarão espada

·       Tubarão branco

·       Tubarão baleia

O tubarão baleia é o maior de todo o mundo. Ele mede 15 metros !
Texto coletivo e informativo, após a pesquisa realizada pelos alunos. ( Turma dos Amigos.1º ano. Professora Karla)



Após realizarem a pesquisa sobre o tubarão e realizarem o texto coletivo . Desenharam o tubarão no seu habitat e escreveram informações  individuais que sabiam sobre este.
O tubarão come carne e também come peixe. 

O tubarão é o lixeiro do mar.


O tubarão bota ovo. 








 Mamíferos
 




O Gato
         O  gato  é um animal  mamífero. Ele é criado em casa pelas pessoas, por isso ele é chamado de doméstico
Não devemos maltratar o gato e nem os outros animais. Devemos respeitar todos os outros animais !
Texto Coletivo /Relatos dos alunos. Turma dos Amigos /1º ano / Prof: Karla
A BALEIA 
       A BALEIA VIVE NO MAR. A BALEIA É UM ANIMAL MAMÍFERO, PORQUE O FILHOTE NASCE DA BARRIGA   (ÚTERO) E MAMA NO PEITO.  ELA ESTÁ EM EXTINÇÃO, PORQUE OS PESCADORES MATAM ELA, IGUAL AS TARTARUGAS.
       A BALEIA  AZUL É O MAIOR ANIMAL DO MUNDO. ELA COME KRILL , LULAS E PEIXES PEQUENOS.
       ELA RESPIRA PELO BURAQUINHO  QUE TEM NAS COSTAS E PRECISA SUBIR PARA RESPIRAR, POIS TEM PULMÕES IGUAL A GENTE.
       O TAMANHO DELA CHEGA A 30 M, O MESMO QUE QUATRO ÔNIBUS JUNTOS.
Pesquisa
TEXTO COLETIVO  E INFORMATIVO
(TURMA DOS AMIGOS -1° ANO- PROF:KARLA)

Mamíferos
Atividade individual
Luccas escreveu: A baleia é uma animal mamífero. 





Répteis

O jacaré
O que sabemos?
O jacaré  come peixe, carne de boi, sapo e zebra. Ele é um réptil, porque tem a pele grossa, anda se arrastando e nasce do ovo. Todo filhote que nasce do vovo é chamado de ovíparo.
O jacaré vive na floresta , por isso é selvagem ou silvestre.
Ele ataca as pessoas !
 
 
 
Texto Coletivo
Turma dos Amigos

O que descobrimos?
    O jacaré fica parado igual a uma pedra para esperar a presa passar e pegar . Ele tem dentes afiados para enfiar na carne. Ele fica muito tempo parado no sol , para ficar quente. Sua temperatura fica fria ou quente de acordo com a temperatura do ambiente.
O jacaré come pedaços inteiros de carne e ossos. Ele come pedras para digerir  os ossos e carne. Também tem um líquido no estômago que ajuda a desintegrar os alimentos.
A mamãe jacaré cuida muito bem dos seus filhotes levando eles na boca sem machucar!
Ele não ataca os homens, somente se for incomodado!
Texto coletivo, após a pesquisa .
Turma dos Amigos ( 1º ano de escolaridade)



Atvidades individual: desenhar e escrever as informações  que sabem sobre o jacaré.










Aves


O Pato
       Os patos além de voar se movimentam na água, por isso são chamados de aves aquáticas . As patas dos patos tem uma membrana para eles nadarem. Eles passam um óleo especial nas penas , para estas não se molharem.
       Existem várias espécies de patos com plumagens de diferentes cores: preta, branca, amarela, branco com verde.
       Os patos podem ser domésticos ou selvagens. Eles vivem uns quinze anos e tem 6 kg e 35cm de   comprimento.
       Os patos são ovíparos, pois nascem de ovos. Eles precisam de água para crescerem e se reproduzirem.
       Eles são da classe das aves !
Texto coletivo e informativo ( Turma de 1º ano ( Turma dos Amigos/Prof:Karla)




Atividade individual : desenhar aves e escrever sobre estas.







Anfíbios

O Sapo

O sapo vive na água e na terra . A pele dele é lisa e molhada. Ele respira pela pele. O filhote nasce do ovo, por isso é ovíparo. Tem alguns que dá para ver o corpo dentro.  Tem sapo que tem veneno . Os mais coloridos são os mais peçonhentos !
Na Paraíba tem muito sapo. O sapo come mosca e outros insetos. Ele não nasce como sapo, mas passa por uma transformação. A mamãe sapa bota seus ovinhos na água e saem os girinos. Cresce as patinhas da frente , depois as detrás, a cauda encurta e ele se trasnforma em sapo . O nome dessa transformação  é metamorforse!
O sapo faz parte da classe dos anfíbios !

Texto coletivo ( Turma dos Amigos)

Turma da tarde
História que conta a metamorfose do sapo

Atividade : dobradura do sapo e escrever sobre este.





 
 
ANIMAIS INVERTEBRADOS
( NÃO POSSUEM COLUNA VERTEBRAL E OSSOS)
 
FIZERAM O TEXTO COLETIVO COM INFORMAÇÕES SOBRE A ABELHA ( NÃO CONSEGUI DIGITALIZR O TEXTO) E ATIVIDADES INDIVIDUAIS COM DESENHOS E FRASES SOBRE ANIMAIS INVERTEBRADOS
 
 
 
 
 


 
 



Animais em Extinção e a Preservação Ambiental
 
Os animais vivem na terra , no mar , deserto , rios  e lagos. Eles estão entrando em extinção porque os homens estão caçando animais como: mico-leão-dourado, arara azul, onça, etc. Os animais também estão desaparecendo do planeta Terra, porque os homens estão destruindo a natureza, cortando e botando fogo nas árvores, poluindo as águas dos rios e mares com lixo, óleo e esgoto.
A fumaça dos carros e fábricas polui o ar, formando uma cobertura ao redor do planeta deixando ele muito quente. As geleiras irão derreter matando os animais e as pessoas !
Texto Coletivo Turma dos amigos ( 1º ano? Prof: Karla)
 
 
O que podemos fazer para viver em um mundo melhor ?
 
  • Fazer uma passeata para não poluir o mundo
  • Reciclar o lixo.
  • Não poluir as águas dos mares, rios e lagoas.
  •  Economizar água e luz
  •  Andar menos de carro para poluir menos o ar !



As crianças fizeram o texto coletivo sobre o tema e depois a atividade individual, em que tinham que escrever sobre o tema e desenhar











Bem vindo !!

Sejam bem vindos a esse blog que tem a intenção de compartilhar essas idéias, as quais podemos sempre transformar com muita criatividade!!!

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Pedagoga com habilitação em educação especial, pós-graduação em educação infantil, orientação educacional e pedagógica.Monografias: "Metodologia Teacch", "Teoria e Prática Construtivista" e "A Alfabetização e a Orientação Pedagógica". Cursos específicos na área de autismo: Metodologia Teacch e ABA. Experiência em educação infantil, ensino fundamental e em instituição para crianças com autismo. E o mais importante! Professora com muito orgulho! Se passar neste blog, deixe o seu recadinho! Beijos Karla